Editor em Êxtase: Crítica de Batman, The Dark Knight

O Coringa venceu. Que me desculpem os cinéfilos anti-spoiler, mas o Coringa, no final do filme, venceu. E graças aos céus que foi assim, porque se dependesse da atuação de Christian Bale…

Batman, the Dark Knight (alusão à série homônima do Homem-morcego nos quadrinhos) é a continuação de Batman Begins, outra película bem-recebida pela crítica especializada. Aqui, Batman já tomou conta de Gotham City. A criminalidade ainda existe, mas vou me valer dos termos do filme para resumir, dizendo que os criminosos têm medo de sair à noite. Mas desta vez, o guerreiro da escuridão tem um concorrente que caiu nas graças do povo: Harvey Dent (é, ele mesmo…), vivido por Aaron Eckhardt (o mesmo de Dália Negra). O final da história dele você já conhece: é Harvey que mais tarde viria a se tornar o vilão Duas-Caras.

Batman não poderia pedir coisa melhor, pois com um homem desenso de justiça igual ao seu, Bruce Wayne poderia ter uma vida mais próxima do mundo humano, e mais distante da bat-persona que criou para patrulhar uma suntuosa Gotham. Mas como nem tudo são flores, mais uma lenda dos quadrinhos aparece: o palhaço do crime, o Chapeleiro Louco dos novos tempos! Como uma figura de uma versão bizarra de Alice no País das Maravilhas, eis que temos (atenção, tambores…) o Coringa, vivido por Heath Ledger, o gay ativo de O Segredo de Brokeback Mountain e Devorador de Pecados (cara de óóó, por favor…).

Devido ao morcegudo e ao promotor público (Harvey, esqueci de dizer…) estarem limpando a cidade, o que reduz o lucro dos crimes em geral, o Coringa decide agir pelos seus métodos não ortodoxos para dar fim à ambos. Vou parar por aqui, senão é spoiler demais, até para mim…

Esse filme poderia muito bem se chamar Ode ao Coringa, ou O Sádico Palhaço do Crime. De um extremo a outro, ele rouba a cena. Heath Ledger morreu durante a pós-produção de The Dark Knight, vítima de uma overdose por anti-depressivos, mas não poderia deixar sua carreira sem um ponto alto. O Coringa é sua póstuma obra-prima. Fácil, fácil, dá para dizer que ele dá um tapa em Jack Nicholson (o primeiro Coringa, na época de Batman Gordo Michael Keaton). Isso se dá principalmente porque Nicholson era um comediante, um palhaço, mais do que um criminoso. Ledger nos dá um Coringa sádico, que nem se dá conta (ou não liga e finge que não percebe) da gravidade de seus tenebrosos atos.

Ponto alto quando ele e Harvey Dent se encontram, quando Harvey está hospitalizado, com metade do rosto queimado…

De longe, um tremendo filme. Uma edição para colecionadores, que merece ser vista, re-vista, e sómerece elogios. Só não dou 10 porque o nome do filme começa com Batman, e o Batman não está nas suas melhores atuações.

Nota: 9,5