Os funkeiros estavam certos, afinal…

Eu moro na zona leste de São Paulo. Isso, sozinho, significa que tenho que lidar com o funk em uma base cotidiana. Diabos, meu irmão caçula já curtiu muito isso e hoje envereda-se pelas vias do pagode e do samba. Sem querer estereotipar nada nem ninguém, mas é um fato que a maior incidência de funkeiros por metro quadrado reside por estas ermas bandas.

E como um autêntico amante do rock que sou, eu nunca entendi a graça nesse gênero musical (sim, haters, me perdoem, mas mesmo a música que você não gosta também é “música”). As batidas são as mesmas, as letras são, quase que em sua totalidade, iguais nos assuntos que abordam – não há variedade artística nenhuma…e isso me incomoda. Por isso, não escuto.

Mas quando escalamos esse assunto para o ambito de negócios, o business do funk brasileiro (seja ele carioca, paulista, mineiro, gaúcho ou qualquer outro) mostra-se uma força econômica capaz de tudo o que os maiores empresários em outros ramos sonham em atingir: ter um público imediatamente cativado pelo que você faz, ganhando muito bem para isso.

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Sobre uma pedra, uma banda ruim e você…

Pe Lanza (Crédito: Toda Teen Online / Reprodução)

Você sabe qual é a graça de se fazer uma piada? Compreende qual é a magia de fazer alguém rir simplesmente por você falar uma frase?

O segredo de um gracejo é mantê-lo no universo a que ele pertence – uma piada. Por exemplo, eu sempre quis que o Restart acabasse. Detesto como as músicas deles são plastificadas. Detesto as roupas coloridas que eles usam. Detesto como eles nunca assumem que usam, mas sempre dependem do playback em seus shows. Detesto essa filosofia vã e completamente inexistente de happy rock que eles professam. Honestamente, o fim da “banda”, para mim, seria um sinal de que Deus existe e que Ele me ouve.

Mas torcer por algo não significa que eu vá fazer algo. Torço pelo fim do Restart assim como torço pro Corinthians levar um título da Libertadores – algo que, a despeito de não ser fanático por futebol, me faz falta nas chacotas de sãopaulinos afeminados ou palmeirenses – esses sim, agora sem estádio. É apenas a expressão de uma vontade insipiente e atrelada à minha personalidade.

E então vejo isso…


Adiante. Até mais ou menos 3:09. Notou como Pe Lanza (à esquerda, com voz aguda), recua do microfone e, eventualmente, tira até a guitarra? Bom, isso se deu porque o “vocalista” levou uma pedrada no meio das córneas. É, isso mesmo: algum boçal sem o menor respeito pelo trabalho dos outros – bom ou ruim – decidiu que seria divertido atirar uma pedra na cara de alguém, independente do risco de dano que poderia ser causado a essa pessoa (às fãs histéricas, relaxem, ok? O próprio “músico” já confirmou via Twitter que só precisou levar um ponto) – simplesmente pelo seu espírito de porco tê-lo induzido a fazer de uma piada um projeto de reality show. O resultado foi esse aqui, ó (crédito: Luciana Oliveira, fã, via Facebook).

Mas olha só o motivo que o leva ao erro, meu caro idiota:

1) Independente de você ter atirado a pedra, você ainda PAGOU para assistir ao show do Restart
2) Independente da pedra tê-lo acertado, ele ainda continuou o show – e deu uma lição de moral ao seu algoz (ver fim do vídeo)
3) Ele saiu e foi pro hospital se tratar. Você saiu e foi se gabar de uma maluquice, arriscando-se a apanhar da segurança ou, pior, encarar a histeria de fãs twitteiras, que certamente julgam isso uma “puta falta de sacanagem” (elas podem estar mais perto do que você imagina)
4) Sim, Restart é um lixo, mas ao menos os meninos estão trabalhando e se deram bem (o que nos leva de volta ao motivo “1”, já que você está sustentando eles com o dinheiro que gastou no show)

“Ah, Arbulão! Vai dizer que tú nunca tirou um sarro do Restart”?

Porra, e como tirei. Tiro até hoje. E continuarei tirando. Sim, brinquei com amigos tão ou mais metaleiros do que eu que o carinho deveria ser mais forte: que ao invés de uma pedra o correto era jogar um tijolo/cadeira/bloco de concreto/garrafa de vidro/cocô. Mas a questão é que isso não passa de piada. Uma piada, diga-se de passagem, que você, seja lá quem for, acabou de estragar. Agora nem tem mais graça…